terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Projeto popular quer condicionar REAJUSTE dos políticos ao AUMENTO do salário mínimo.


Após senadores e deputados federais aprovarem projeto de aumento dos próprios salários, uma organização iniciou nesta sexta-feira (17) mobilização de assinaturas pela internet para proposta de emenda constitucional que vincula o reajuste à variação do salário mínimo.
A ideia da Educafro, ligada aos franciscanos e com núcleos em São Paulo, Rio de Janeiro e outros Estados, é que a porcentagem de acréscimo seja sempre a mesma. Se a Câmara e o Senado quisessem 10% de aumento, por exemplo, o salário mínimo precisaria seguir a mesma linha.
Para isso valer, seria preciso mudar a Constituição, que veda a vinculação do salário mínimo "para qualquer fim".

A emenda propõe efeitos retroativos para novembro de 2010, antes do Congresso aprovar o recente reajuste.

As assinaturas estão abertas pelo site http://www.nossalei.com.br/, criado pelo desembargador Samuel Meira Brasil, do Espírito Santo, e mantido pela FDV (Faculdade de Direito de Vitória). Interessados em votar precisam digitar o título de eleitor.

O site vai calcular o número de assinaturas e identificar a qual Estado pertence o eleitor, segundo Paula Castello, diretora acadêmica da faculdade.

De acordo com a Educafro, haverá também espaço para apoio de outras entidades e de representantes do Legislativo e do Executivo.

Um projeto de iniciativa popular precisa de ao menos 1% do eleitorado nacional, distribuído por cinco Estados, antes de ser encaminhada à Câmara dos Deputados. A Lei da Ficha Limpa, aprovada neste ano, reuniu 1,6 milhão de assinaturas.

Fonte: Felipe Luchete
Folha de São Paulo

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Ateus defendem NÃO-crença em campanha!


A partir da próxima segunda-feira, 13 de dezembro, cinco ônibus que circulam na cidade de Salvador e outros dez ônibus que circulam em Porto Alegre certamente chamarão a atenção das pessoas nos locais pelos quais passarem. Esses veículos foram escolhidos para estampar a primeira campanha publicitária aberta feita pela Associação Brasileira dos Ateus e Agnósticos (Atea), que irá sugerir ao público que questione suas crenças e sua religiosidade.

Segundo a entidade, a campanha não tem o objetivo de provocar uma descrença em massa, mas sim de lutar pela igualdade de opinião e pela aceitação na sociedade daqueles que não creem em uma entidade superior. Em um texto publicado na página oficial da associação, a entidade declara que a voz dos ateus precisa ser ouvida para o pleno desenvolvimento de um estado laico e sem preconceitos.
A ação de publicidade foi construída totalmente por ajuda voluntária. Os associados da Atea foram convidados a contribuir com qualquer quantia financeira – desde que o valor fosse terminado em 1 (como R$ 11, R$ 21, R$ 31, por exemplo). Todas essas doações foram destinadas a encomenda e preparação das peças publicitárias nos ônibus. A página na internet da associação continua arrecadando doações.

O conceito dos anúncios e a criação da identidade visual da campanha foi assinada pela agência Elefantte, localizada na cidade de Montes Claros, em Minas Gerais. Ao todo, foram criadas quatro peças, com frases que questionam a relação entre crença religiosa e bom caráter, por exemplo.

Em uma delas, a agência colocou lado a lado Charles Chaplin e Adolf Hitler. Logo abaixo da foto do artista, aparece a frase “Não acredita em Deus”, enquanto na imagem do líder nazista está a frase “Acredita em Deus”, na tentativa de mostrar que nem sempre a religião molda a índole dos seres humanos. As outras peças trazem frases como “Somos todos ateus com os deuses dos outros”, “A fé não dá respostas. Só impede perguntas” e “Se Deus existe, tudo é permitido”.

De acordo com Daniel Sottomaior, representante da Atea, a ideia é expandir a campanha para outras cidades, mas isso só será possível se a entidade conseguir captar mais doações.
No site oficial, a Atea conta que a ideia inicial era veicular a campanha no metrô de São Paulo, para aproveitar a grande visibilidade do meio de transporte. A iniciativa, porém, teria sido recusada pela empresa que opera a comercialização de publicidade no metrô paulistano sob a justificativa de que as regras impedem a veiculação de assuntos polêmicos e de temas de cunho religioso.

Campanha Global
A iniciativa da Atea segue o exemplo de outras entidades de ateus e agnósticos em outros países. Uma primeira campanha do gênero foi lançada no Reino Unido, em 2009, assinada pela British Humanist Association, que conseguiu espalhar, em 800 ônibus e também nos metrôs do País, um cartaz com a "Deus provavelmente não existe. Agora pare de se preocupar e viva sua vida."


Fonte: M&M Online / Bárbara Sacchitiello

10 de Dezembro de 2010